Iza Engel

O que importa não é a beleza do vaso e sim a exuberância da flor.

Textos

Sim ou Não?
Sim ou não?

Eduardo, homem maduro, alto, cabelos grisalhos, olhos claros, observador, sempre disposto a assimilar novos conhecimentos. Chegou ao estacionamento do Solar do Rosário, onde combinou encontrar com a esposa após o curso do qual ela participava.
Sempre morou em Curitiba, contudo, nunca prestara atenção naquele espaço.
Estava uma tarde ensolarada. Ele trajava camisa branca e calça azul.  Seus olhos brilhavam e festejavam ao observar aquele jardim.
Sempre gostou de trabalhar com solda, devido a esse gosto, o que mais chamou sua atenção, depois do pinheiro secular, foi uma escultura feita com pedaços de madeira retorcidos, várias barras de ferro e peças velhas soldadas, de  maneira a representar um ser de prontidão.
Admirou a escultura em seus detalhes, passou a pensar em como poderia preencher seus momentos ociosos quando a terceira idade chegasse. Já passa dos sessenta, mas pra ele, essa idade está longe, uma vez que trabalho e atividade fazem parte de seu dia a dia. Viajou em sua imaginação e nem percebeu o passar das horas.
O dia quase acabara, mas fora muito proveitoso, tinha encontrado mais um objetivo para atingir na vida.
Ao chegar em  casa foi para oficina a fim de colocar em execução suas novas ideias.
Sempre teve o costume de guardar coisas velhas, pensando em reaproveita-las futuramente. Assim não faltava material para nova atividade.
Não foi dessa vez que colocou suas ideias de escultor em prática.
Remexendo em coisas velhas que vieram da casa de seus pais, encontrou lâminas de facas antigas, provavelmente utilizadas por seus avós. Decidido a fazer alguma coisa diferente, encontrou alguns pedaços de madeira que poderia utilizar como cabos para recuperá-las.
Não teve dúvidas, passou a moldar novos cabos. Trabalhou com paciência e capricho na execução. Enquanto trabalhava ouvia o rádio ligado na CBN, pois está sempre antenado no noticiário para manter-se atualizado. As notícias que ouve enquanto trabalha, fazem parte mais tarde de seus diálogos com a esposa, que admira muito sua memória. Conta os fatos e acontecimentos com riqueza de detalhes não deixando nada de fora. Sente o maior prazer em socializar suas vivências e seus conhecimentos.
Ficou um primor seu trabalho, verdadeira obra de arte.
Será algum dia o escultor que ela imagina?

Iza Engel
Iza Engel
Enviado por Iza Engel em 26/08/2015
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