Vemos hoje uma total inversão de valores. Analisemos apenas uma delas: o Estatuto da Criança e do Adolescente. Antes da implantação dele, nossos governantes deveriam ter estudado, planejado, analisado e previsto como poderia ser aplicado, se o País, Estados e Municípios teriam condições de colocá-lo em prática. Haveria escolas e profissionais habilitados para assumir a educação por inteiro? Pois com a implantação de tal estatuto e com um Estado incapaz de resolver pequenos problemas educacionais, criou-se uma avalanche de dificuldades para a sociedade.
     Estamos questionando: esse estatuto existe mesmo? Se existe, por que e para quê? É mais uma coisa que não tem como funcionar no País.
     Não basta a falta de segurança, a corrupção que não acaba, os políticos que ficam brincando de governar, disputando os comandos, enganando a população, trocando cargos e mandatos, fazendo dos mais ingênuos seus cabos eleitorais, CPIS que dão em nada, Supremo que não funciona, está tudo dominado. Até quando? Onde estão aqueles que de fato pensam no País?
     Pais e filhos se tornaram vítimas da existência do Estatuto.Não há no País condições mínimas de se cumprir o que encerra. Não bastasse tudo isso, as crianças foram discriminadas. Existem aquelas que podem e aquelas que não podem trabalhar. Filhos de pessoas menos favorecidas, que poderiam ajudar seus familiares, são impedidos. No entanto, filhos de artistas e outros privilegiados podem trabalhar à vontade; nasceram gênios e são tratados como se adultos fossem.
     O que pensam nossos Juízes, Promotores, Ministros, Desembargadores, Advogados, Deputados, Senadores quando observam o trabalho de crianças e adolescentes presentes em comerciais, teatros, filmes e novelas? Por que eles podem? Não sou contra a existência de um Estatuto para dar garantia e proteção para crianças e adolescentes; sou contra se criar leis para as quais o País não tem estrutura nem condições mínimas para fazer cumprir.
Primeiramente, nossos políticos precisam parar de falar que Educação é prioridade e de fato colocá-la como tal, não só construindo escolas, mas formando professores e profissionais com Educação e para a Educação. Como diziam nossos avós: “Não é possível tapar sol com peneira."